sábado, 10 de maio de 2014

Participe da marcha pela democracia racial

Abolição inacabada será lembrada com caminhada na região central, passando por pontos históricos para a população negra



A 18ª Marcha Noturna pela Democracia Racial será no próximo dia 12 de maio (segunda).A concentração começa às 17h, da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte (Rua do Carmo, 202, Sé) próximo à Praça da Sé, região central da capital paulista.


A inclusão dos negros no cenário social e econômico é primordial e deve ser feita sem a cultura dos privilégios. Como Sindicato Cidadão, reivindicamos o fim do genocídio que sofrem os negros”, destaca o dirigente sindical Júlio Cesar Silva Santos. 

Percurso histórico
Realizada às vésperas da data da abolição da escravidão no país, a caminhada lembrará os 514 anos de tortura e genocídio da população negra e os 50 anos da ditadura militar no Brasil. A Igreja da Boa Morte é conhecida historicamente como local onde os escravos “rebeldes” e condenados recebiam as últimas bênçãos antes de serem mortos pelo regime escravocrata. 

De lá, a manifestação segue para a Rua Tabatinguera onde, na esquina com a Rua do Carmo, as crianças negras abandonadas eram acolhidas e batizadas pelo bispo católico local, prática que posteriormente passaria a ser feita pela “Roda dos Enjeitados”, construída pela Santa Casa, em 1924.

Os manifestantes seguirão até a Praça João Mendes, onde fica a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1727, que servia de ponto de encontro de abolicionistas como José do Patrocínio, Luiz Gama e Antonio Bento. No local foi construído o Fórum João Mendes e, próximo ao Fórum, pode-se ver o Largo Sete de Setembro, antigo Largo do Pelourinho, instalado no início do século XIX, entre a Rua da Glória e a Rua da Força – atual Avenida da Liberdade.

Em seguida segue pela Praça da Sé – onde havia um Pelourinho instalado no século XVII - e Largo São Francisco, descendo a Rua São Bento e chegando à Praça Antonio Prado. na esquina com a Rua 15 de Novembro – antiga Rua do Rosário dos Homens Pretos - quase em frente ao Sindicato.

De lá, a Marcha vai pela Líbero Badaró, Viaduto do Chá e Praça Ramos, onde está o Teatro Municipal, em cujas escadarias nasceu o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação, em 1978.

Em seguida os manifestantes seguirão pela Rua Conselheiro Crispiniano chegando ao fim no Largo do Paysandu, na Igreja do Rosário dos Homens Pretos.



Intervenções culturais 
Participação dos grupos Versão Rap, Trio Odu, Filhos de Obaluaê, Filhos de Gandhi, Os Crespos, Kristal e MC Soffia, entre outros.

E no dia 13 (terça), a partir das 16h, ocorrerá a audiência pública “O Negro na Ditadura”, no plenário Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo, na Avenida Pedro Álvares Cabral nº 210, em frente ao Parque do Ibirapuera.

Para o movimento negro, o 13 de maio não se trata de uma ocasião comemorativa, mas de um momento de críticas e reflexão sobre uma abolição inacabada – até os dias atuais, o Estado brasileiro não criou meios para inserir, efetivamente, os negros e negras na sociedade. Além da discriminação e a exclusão social, a negritude do Brasil continua enfrentando o extermínio de sua população, principalmente dos jovens moradores das periferias.


Abolição inacabada - Além da Marcha, haverá também a audiência pública “O Negro na Ditadura”, no plenário Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir das 16h de terça 13.

Para o movimento negro, o 13 de maio não se trata de uma ocasião comemorativa, mas de um momento de críticas e reflexão sobre uma abolição inacabada – até os dias atuais. Entende-se que o Estado brasileiro não criou meios para inserir, efetivamente, os negros e negras na sociedade. Além da discriminação e a exclusão social, a negritude do Brasil continua enfrentando o extermínio de sua população, principalmente dos jovens moradores das periferias.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ciclo de diálogos SENTIR - PENSAR – AGIR

Reunir no mesmo espaço personalidades que expressem as três dimensões possíveis de relacionamento do ser humano com fenômenos sociais: a dimensão do sentir, presente na particularidade das expressões artísticas; do pensar, presente na universalidade do conhecimento científico; e do agir, presente nas singularidades da ação política. O eixo que deve transversalizar estas três dimensões é a ética, isto é, o campo da discussão do ethos, do ser que se forma pelas sensações, razões e intervenções. Os juízos de valor devem atravessar as dimensões do ethos.

Programação 
Tema: 

14 de maio, com o tema da "Abolição Inconclusa" 

Como ficaram negros e negras brasileiras a partir de 14 de maio de 1888? 

 Ementa: 

"No dia 14 de maio de 1888, milhares de brasileiros negros e negras, até então 
submetidos à escravização, tornaram-se livres por força da Lei Áurea, proclamada 
no dia anterior. Livres, porém jogados às ruas, abandonados a própria sorte, 
viram-se obrigados a enfrentar uma sociedade profundamente marcada pelo 
preconceito e racismo e cujas instituições negavam peremptoriamente qualquer 
possibilidade de inclusão social. Viram-se privados do trabalho assalariado para o 
qual foram privilegiados os trabalhadores brancos imigrantes europeus. Viram-se 
privados da educação, saúde, do respeito. Viram suas manifestações culturais e 
religiosas serem criminalizadas. Premidos pelo racismo da sociedade capitalista, 
foram obrigados a constituir suas próprias formas de resistência em todos os 
campos. 126 anos depois, qual é a situação e quais são as perspectivas da 
população afrodescendentes brasileira? Sentir o racismo, pensar sobre ele e 
agir pela sua erradicação - esta é a proposta desta primeira roda de conversa 
para a qual convidamos três importantes personalidades do universo artístico, 
intelectual e político." 

Convidados: 
- Prof. Dr. Kabengelê Munanga - (Professor FFLCH/USP e ex-presidente do CEA - Centro de Estudos Africanos)
- Edson França - (Historiador, presidente da UNEGRO e membro do Comitê Central do PC do B)
- Mediação: Prof. Dr. Dennis de Oliveira (Professor ECA e EACH/USP, coordenador do CELACC e da Comissão Política do Coletivo QUILOMBAÇÃO)


Prof. Kabengelê Munanga 
Possui Graduação em Antropologia Cultural pela Université Officielle Du Congo à 
Lubumbashi (1969) e Doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela 
Universidade de São Paulo (1977). Atualmente é Professor Titular da Universidade 
de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em 
Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, atuando principalmente nos 
seguintes temas: racismo, identidade, identidade negra, África e Brasil. 

Edson França 
Historiador. Membro do Comitê Central do PCdoB. Membro do Conselho Nacional 
de Igualdade Racial - CNPIR, na vaga de Notório Reconhecimento em Relações 
Raciais. 

Dennis de Oliveira 
 É coordenador do CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos de Cultura e 
Comunicação), vice-líder do Alterjor (Grupo de Pesquisa de Jornalismo Alternativo 
e Popular) e membro do Neinb (Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro 
Brasileiro), todos da Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós 
Graduação em Mudança Social e Participação Política da EACH/USP e do Programa 
de Pós Graduação em Direitos Humanos da Faculdade de Direito da USP. Atua 
como consultor em comunicação, educação e cultura em instituições públicas, 
particulares e organizações não governamentais. 

Entrada: Grátis 

Local: auditório da Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915. 
Horário: 19h00 

Organização: CELACC e Livraria da Vila 

João Roquer
CELACC/USP
Fone/fax 55-11- 3091-4327   
http://www.usp.br/celacc