Grupo faz protesto em frente a restaurante investigado por racismo
Manifestantes portavam cartazes com frases contra o racismo.
No dia 30, menino etíope teria sido expulso do local por funcionário.
Com cartazes, pequeno grupo fez protesto em frente à Pizzaria Nonno Paolo, contra suposto caso de racismo, na tarde deste sábado (7) (Foto: Cris Faga/AE/AE)
Uma das sócias do restaurante Nonno Paolo, Camila Pereira, de 22 anos,
afirmou, na terça-feira (3) que não existe racismo no restaurante. “Nós
não temos preconceito nenhum. Vocês podem ter certeza. Como ter
preconceito no Brasil?”, questionou. O restaurante foi acusado por um
casal de espanhóis de expulsar o filho deles, um menino negro de 6 anos,
adotado na Etiópia. Segundo os pais, ele foi segurado pelo braço e
levado até o lado de fora.
Ela afirmou que o gerente do Nonno Paolo apenas conversou com o menino e
o questionou sobre a presença dos pais, porque ele estava próximo à
mesa de self-service, onde o fogo é mantido acesso para esquentar as
panelas. “Simplesmente perguntou para ele. Onde está sua mãe? Onde está
seu pai?”. Segundo ela, o menino ficou com medo e decidiu correr.
Camila disse lamentar o fato de os pais da criança terem deixado o
estabelecimento sem conversar sobre o ocorrido. "Eu entendo o lado
deles. Mas eu acho que, de repente, poderia ter tido uma conversa, que
não precisaria de tudo isso, porque realmente não foi o que aconteceu."
A sócia disse confiar em todos os seus funcionários. Afirmou ainda que o
restaurante decidiu afastar o gerente para preservá-lo enquanto o
assunto não é resolvido. Segundo ela, clientes que frequentam a pizzaria
há muito tempo e conhecem os donos e funcionários ligam sem parar para
prestar solidariedade.
O relato de Camila é diferente do dos familiares do menino. A tia dele,
Aurora Costales, disse que o menino foi encontrado na Rua Abílio Soares
após ser retirado do local. "Chorando e muito, muito assustado.
Perguntamos: onde você estava indo? Ele falou: Um senhor botou fora."
A polícia investiga o caso. O delegado Márcio de Castro Nilsson afirmou
que, pelas circunstâncias, "tende a ter ocorrido um delito de
preconceito de raça ou de cor".
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