sábado, 7 de janeiro de 2012

Protesto contra racismo

Grupo faz protesto em frente a restaurante investigado por racismo

Manifestantes portavam cartazes com frases contra o racismo.
No dia 30, menino etíope teria sido expulso do local por funcionário.


Com cartazes, pequeno grupo fez protesto em frente à Pizzaria Nonno Paolo, contra suposto caso de racismo, na tarde deste sábado (7) (Foto: Cris Faga/AE/AE) 
Com cartazes, pequeno grupo fez protesto em frente à Pizzaria Nonno Paolo, contra suposto caso de racismo, na tarde deste sábado (7) (Foto: Cris Faga/AE/AE)
A Polícia Militar foi acionada por volta das 15h deste sábado para acompanhar o protesto de um pequeno grupo de manifestantes em frente à Pizzaria Nonno Paolo, no Paraíso, na Zona Sul da capital. O motivo do protesto foi o suposto caso de racismo contra um menino etíope adotado por casal espanhol. No dia 30 de dezembro, a criança, de 6 anos, teria sido expulsa do local após ser confundida com um garoto de rua. A manifestação foi organizada através de uma rede social na internet. A PM informou que a ocorrência já tinha sido encerrada por volta das 16h15.
Uma das sócias do restaurante Nonno Paolo, Camila Pereira, de 22 anos, afirmou, na terça-feira (3) que não existe racismo no restaurante. “Nós não temos preconceito nenhum. Vocês podem ter certeza. Como ter preconceito no Brasil?”, questionou. O restaurante foi acusado por um casal de espanhóis de expulsar o filho deles, um menino negro de 6 anos, adotado na Etiópia. Segundo os pais, ele foi segurado pelo braço e levado até o lado de fora.
Ela afirmou que o gerente do Nonno Paolo apenas conversou com o menino e o questionou sobre a presença dos pais, porque ele estava próximo à mesa de self-service, onde o fogo é mantido acesso para esquentar as panelas. “Simplesmente perguntou para ele. Onde está sua mãe? Onde está seu pai?”. Segundo ela, o menino ficou com medo e decidiu correr.
Camila disse lamentar o fato de os pais da criança terem deixado o estabelecimento sem conversar sobre o ocorrido. "Eu entendo o lado deles. Mas eu acho que, de repente, poderia ter tido uma conversa, que não precisaria de tudo isso, porque realmente não foi o que aconteceu."
A sócia disse confiar em todos os seus funcionários. Afirmou ainda que o restaurante decidiu afastar o gerente para preservá-lo enquanto o assunto não é resolvido. Segundo ela, clientes que frequentam a pizzaria há muito tempo e conhecem os donos e funcionários ligam sem parar para prestar solidariedade.
O relato de Camila é diferente do dos familiares do menino. A tia dele, Aurora Costales, disse que o menino foi encontrado na Rua Abílio Soares após ser retirado do local. "Chorando e muito, muito assustado. Perguntamos: onde você estava indo? Ele falou: Um senhor botou fora."
A polícia investiga o caso. O delegado Márcio de Castro Nilsson afirmou que, pelas circunstâncias, "tende a ter ocorrido um delito de preconceito de raça ou de cor".

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